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Posts sobre Coaching e Treino Desportivo
Da aprendizagem aos patrocinadores – amadores ficam para trás!
Teve lugar hoje mais uma edição da Maratona de Sevilha.
Escolhemos esta prova para a primeira experiência do Filipe Vitorino na distância.
Foi uma boa escolha. O percurso é bom, a quantidade de atletas a correr em ritmos rápidos para se entreajudarem durante a prova é muito favorável. Excelente organização, atmosfera e ambiente fantásticos.
Os nossos objetivos eram claros:
Quanto ao desempenho, boa gestão do ritmo com passagens adequadas até aos 30km (1.07,49 à Meia M.). Contudo, falhámos nos abastecimentos e isso foi fatal nos últimos 10km, com ligeira quebra dos 30 aos 35, que passou a ser acentuada nos seguintes e com os últimos kms quase a andar e em extremas dificuldades. Tempo final 2.21,14.
Os próximos dias serão de reflexão sobre o processo (já iniciada), a fim de verificar o que poderemos melhorar, em treino e no dia da competição. Alguns dos aspetos já estão perfeitamente identificados, outros virão a sê-lo, com a clareza necessária que só o tempo e a busca permanente por algo melhor nos podem oferecer.
Iniciámos este processo em Outubro, tendo realizado 4 meses de preparação com 4 treinos longos entre os 22,5 e os 34km – todos estes treinos foram realizados dentro do previsto, o que significa que foram ajustados à capacidade do atleta.
Em termos de preparação falta-nos um pouco de volume, já que a quilometragem semanal não foi possível ser superior a 150km semanais. Sabemos da experiência de outros atletas e treinadores que é necessário muito mais para se atingir marcas de elite mundial.
Se bem que o treino é um processo que deve ser individualizado, para um determinado objetivo devemos levar em consideração a quantidade de trabalho que foi executada por quem já atingiu esse mesmo objetivo. Assim sendo, este é um aspeto a dar atenção.
Não obstante o que refiro acima relativamente à preparação, importa considerar as condições que o atleta terá para executar esse mesmo trabalho, nomeadamente em termos de motivação para o realizar, bem como em termos de condições de vida, i.e, ter possibilidade de treinar a tempo inteiro, ou pelo menos em regime semi-profissional, para assim garantir um bom equilíbrio entre a preparação e o adequado descanso. Assim, o treino será corretamente assimilado e permitirá melhorias rumo à elite mundial – primeiro correndo 2.13 a 2.15 e num futuro 2.10, se possível abaixo disso.
Ora, relativamente ao que refiro nas linhas anteriores, é sabido que é um dos principais obstáculos que impedem muitos atletas de atingirem o seu máximo potencial. Isto é válido em Portugal, mas também em muitos outros países. Na nossa modalidade, os atletas primeiro precisam de mostrar valor, só depois conseguem (os que conseguem) reunir alguns apoios que lhe permitem essa dedicação ao treino para melhor explorar as suas capacidades.
Hoje em dia, em Portugal existem apenas 2 clubes que apoiam os atletas (alguns) para que estes se possam dedicar à modalidade e expressar o seu máximo rendimento (conforme referido anteriormente). Os restantes atletas poderão ter também boas possibilidades, caso consigam um (ou mais) bom patrocinador e, eventualmente, com mais algum apoio do seu (pequeno) clube e ou das autarquias.
Apesar de estarmos na cidade do desporto, e muito me honra poder representar um clube de Rio Maior, lamentavelmente não consegui (não conseguimos) reunir os apoios necessários para que o Filipe Vitorino possa dedicar-se integralmente ao treino, tendo que intermediar a sua preparação como atleta, com uma série de responsabilidades profissionais para assim fazer face as suas despesas e necessidades do dia-a-dia.
Uma vez que por outras vias não o tenho conseguido, lanço daqui o repto aos meus amigos riomairenses que queiram patrocinar ou associar-se ao projeto de preparação de um maratonista com vista à sua qualificação e participação em Campeonatos do Mundo, Jogos Olímpicos e outras competições internacionais – a sua colaboração é importante e nós estamos abertos a propostas.
Todos sabemos que os atletas que correm na frente se dedicam integralmente à modalidade – os amadores ficam para trás.
Portugal, país de bons maratonistas, continua a ter alguns atletas capazes de realizar boas performances nesta distância – O Filipe Vitorino é um deles – precisamos de tempo para o treino e a preparação, e de quem queira fazer caminho connosco!
Bem haja.
Estar disponível para o Sucesso é acreditar que é possível conseguir os objectivos a que nos propomos;
Estar disponível para o Sucesso é visualizar e imaginar que vamos alcançar a meta desejada;
Estar disponível para o Sucesso é levantar-se todos os dias a pensar que vamos dar mais um pequeno passo rumo à conquista que se pretende;
Estar disponível para o Sucesso é trabalhar de forma entusiasmada nunca dando menos que o máximo;
Estar disponível para o Sucesso é viver cada dia a pensar que é o mais importante para se conseguir o triunfo desejado;
Estar disponível para o Sucesso é saber que os maus momentos são importantes para testar a nossa capacidade de superação e resilência;
Estar disponível para o Sucesso é investir em si mesmo e nos que nos rodeiam;
Estar disponível para o Sucesso é ser paciente e perceber que os bons resultados aparecem no momento certo;
Estar disponível para o Sucesso é comprometer-se com um trabalho de forma séria e honesta;
Estar disponível para o Sucesso é viver com paixão o que fazemos.
…
Em que medida estás disponível para o sucesso?
Prestes a completar mais um estágio no Kénya, mais propriamente em Iten, a cidade dos corredores (cerca de 10.000 em toda a cidade e arredores). Pouco menos de 2 semanas a acompanhar o Bruno Batista que está aqui desde inícios de Novembro. Antes esteve o Filipe Vitorino que treinou bastante bem na fase intermédia do seu estágio, mas com vários problemas no inicio e lamentavelmente também no final, o que se veio a refletir na sua pobre prestação no Euro Cross – não era definitivamente o que estávamos à procura. Contudo a situação está identificada e está a ser resolvida. Estou certo que 2020 vai ser um bom ano para nós, e os seguintes ainda melhores. Este investimento vai produzir bons resultados. Contudo, é preciso ter confiança no processo e paciência para que os boas performances apareçam. E vão aparecer!
Iten é uma cidade com cerca de 42.000 habitantes, provavelmente não mais de 10% reside na cidade – os restantes nas povoações e campos em redor. Vários sites na internet referem que haverá mais de 1000 atletas a viver e a treinar por aqui. Algumas pessoas com quem falámos referiram-nos que a maioria da população são atletas. A minha perceção é que os atletas não serão mais do que 1/3 da população na cidade, o que ainda assim daria um número superior a 1500 atletas. Contando com os que vivem nas aldeias dos arredores a quantidade de atletas pode chegar aos 10.000.
Para além dos atletas que vêm de todo o país, para aqui se instalarem e tentarem a sua sorte na corrida, a maioria da população dedica-se à agricultura e à criação de gado. Sendo uma zona rural, é possível verificar que praticamente todos os terrenos são cultivados e abundam pequenas unidades de vacas e ovelhas.
No centro da cidade há pelo menos 3 bancos e também algumas instituições administrativas, hospital e o principal colégio da zona – St. Patricks. Por todo o lado há pequenos quiosques de comércio, a maioria deles vende fruta e legumes, não estivéssemos nós numa zona agrícola.
A maioria das casas são rudimentares, algumas são verdadeiras barracas de madeira ou chapa de zinco, tal como os quiosques de comércio.
No centro da cidade e próximo da estrada de alcatrão há varias casas em cimento, algumas delas com boa qualidade de construção. Pelo que me referiram, por aqui os terrenos, quanto mais perto da estrada principal, mais valiosos. Talvez por essa razão, as casas mais afastadas da estrada são de construção muito básica.
Apesar destas dificuldades, a rede móvel tem uma qualidade apreciável. Ainda assim, por estes dias tem estado algo instável, tal como a eletricidade que falha diversas vezes, especialmente quando o vento é forte.
A oferta de transportes é elevada, mas de privados. A cada esquina é possível ver motas que podem transportar um, dois ou 3 passageiros (às vezes com carga) – chamam-lhes pikipiki e levam as pessoas da cidade para os campos e vice-versa, ou a qualquer local que seja solicitado. O outro meio de transporte, são os matatus. Matatus são carrinhas de 9 lugares, a maioria Toyota Hiace, mas também há várias Mazda, Nissan e outras marcas. Embora estes carros sejam de 9 lugares, podem ter 4 ou 5 filas de bancos e só arrancam da “estação” quando estão completos, levando sempre mais passageiros do que era suposto – um carro de 9, adaptado para 12 pode levar até 20 pessoas (numa das nossas viagens erámos 16). Estes carros podem contratar-se para uso privado, sendo o preço negociável. Se uma viagem de 15 a 30kms pode custar 50 a 100Ksh (menos de 1euro) por pessoa, para uso privado com 9 pessoas para ir treinar a uma cidade que fica a 15km, pagámos 2000ksh (18euro). Esse carro fez o trabalho que um táxi faria, ida e volta, mas aguardando as 2h que durou a nossa sessão.
Quanto a autocarros, os que vemos por aqui são todos amarelos e servem apenas para transporte escolar. Podem ser de escolas públicas ou privadas que recebem apoio estatal para esse transporte. Para além dos autocarros, também há minibus que se deslocam nos caminhos rurais recolhendo os alunos.
A população é bastante amigável com os estrangeiros, especialmente os corredores, que deverão ser praticamente todos os que aqui vêm de fora, sejam atletas de alto rendimento ou turistas runners que vêm viver a experiência queniana da cidade dos campeões. Especialmente as crianças, com as suas saudações, “Hi” ou “How aaaar´you?”. Quando passamos perto esticam a mão e se retribuímos e lhe tocamos ficam todas contentes. É possível verificar que são felizes com pouco. Algumas das suas brincadeiras, são as que víamos em Portugal nos anos 70. Inventam brinquedos, como papagaios com uma cana, um fio e um saco de plástico aberto.
Não raras vezes, quando passamos a correr, acompanham-nos, mesmo de chinelos miúdos com 8, 9 anos chegam a fazer 1km connosco. Que festa!!
“As pessoas são ilógicas, irracionais e narcisistas – de qualquer modo ame-as.
Se fizer bem, as pessoas irão acusá-lo de ter motivos egoístas posteriores – de qualquer modo, faça o bem.
Se for bem sucedido, irá ganhar falsos amigos e verdadeiros inimigos – de qualquer forma, alcance o sucesso.
O bem que fizer hoje provavelmente será esquecido amanhã – de qualquer modo, pratique o bem.
A honestidade e a franqueza tornam-no vulnerável – de qualquer modo, seja honesto e franco.
O maior homem, com as maiores ideias, pode ser abatido pelo homem mais pequeno, com a mente mais pequena – de qualquer modo pense em grande.
As pessoas favorecem os perdedores mas apenas seguem os vencedores – de qualquer modo, lute por alguns perdedores.
O que passou anos a construir pode ser destruído do dia para a noite – de qualquer modo, continue a construir.
As pessoas precisam realmente de ajuda mas poderão atacá-lo se tentar ajudá-las – de qualquer forma, ajude-as.
Dê ao mundo o melhor que tiver e receberá um murro no estômago – de qualquer forma, dê o seu melhor ao mundo. Se o melhor é possível, então o bom não é suficiente.”
In J.C. Maxwell - Relacionamentos
(do blog correcomalma em 27Jan2011 https://correcomalma.blogs.sapo.pt/19273.html )
Pais e treinadores para além de formadores são também educadores. Muitas vezes na nossa ansia de querer tanto ajudar os educandos acabamos por não os deixar realizar o seu próprio percurso e estamos mais focados em dar conselhos, como que achando que eles e elas com menos experiência que nós irão cometer os mesmo erros que cometemos. Que ignorância a nossa, achar que o outro vê o mundo com os nossos olhos.
Muitas vezes esquecemo-nos de escutar. A melhor forma de ajudar é fazer isso mesmo, escutar, mas escutar activamente.
Escuta activa é muito mais que ouvir, é por atenção no outro e compreender que há um mundo por detrás das palavras. É compreender que esse mundo é diferente do nosso, pelo que quando escutamos, o nosso conselho pode não ser o mais adequado. É centrar-se no outro e nas suas necessidades, o que exige fazer silencio dentro de nós mesmos.
No curso de Inteligência Emocional da Escuela de Inteligencia (Madrid), trabalhamos um pouco sobre o assunto e analizámos um texto de O´Donnell R. que transcrevo nas palavras do autor:
"Cuando te pido que me escuches y tu empiezas a darme consejos, no has hecho lo que te he pedido. Cuando te pido que me escuches, y tú empiezas a decirme por qué no tendría que sentirme así, no respetas mis sentimientos. Cuando te pido que me escuches, y tú sientes el deber de hacer algo para resolver mi problema, no respondes a mis necesidades.
¡Escúchame!
Todo lo que te pido es que me escuches, no que hables ni que hagas. Solo que me escuches. Aconsejar es fácil. Pero yo no soy un incapaz. Quizá esté desanimado o en dificultad, pero yo no soy un inútil. Cuando tu haces por mi lo que yo mismo podría hacer y no necesito, no haces más que contribuir a mi inseguridad. Pero cuando aceptas, simplemente, que lo que siento me pertenece, aunque sea irracional, entonces no tengo que intentar hacértelo entender, sino empezar a descubrir lo que hay dentro de mi."
(do blog correcomalma em 27Jun2011 correcomalma.blogs.sapo.pt/22943.html )
A utilização de filmes é um recurso bastante comum e eficaz em processos de coaching, cursos de aprendizagem e noutras situações em que o drama, as dificuldades e a evolução de determinada personagem pode servir de inspiração à realidade de cada um. Apresento-vos 20 filmes que podem ser catalizadores de mudança, transformação, crescimento e desenvolvimento pessoal, e profissional.
Relativamente à corrida masculina, antes demais felicitar os campeões Samuel Barata e a equipa do Sporting.
Agora gostaria de fazer uma análise ao que tem sido a politica de contratações dos dois clubes grandes do atletismo português. O SCP ganhou este campeonato graças aos atletas que recebeu este defeso por parte do seu rival, nomeadamente Alberto Paulo, que caso se mantivesse no SLB, este teria sido novamente campeão (com 17 pontos em vez de 23, enquanto o SCP somaria 19 no lugar de 17).
O que não se compreende é a fraca aposta do SCP em atletas jovens – a média de idades dos seus 11 atletas que concluíram a prova é de 32,4 anos enquanto no SLB é de 26,8 (26,5 os que contaram para a equipa).
Poder-se-á argumentar que estes (mais velhos) ainda são melhores (a média dos que contaram para a equipa é de 34,3 anos), contudo, considero esta uma visão redutora, de muito curto prazo e que em nada beneficia o atletismo português.
Explico-me. O facto de estas equipas continuarem a apostar nos atletas próximos da veterania não refresca a elite nacional. Muitos jovens atletas acabam por se perder para a modalidade, por não conseguirem um patrocinador ou clube que lhe permita dedicar-se em regime semi-profissional ou profissional (aspeto que considero fundamental a partir dos 20 anos). Embora estando perto de dar um salto qualitativo que os veteranos já não darão, lamentavelmente os responsáveis destas equipas nem sempre têm uma visão de apostar num jovem atleta na etapa crítica, que é o escalão sub23/Esperanças. É nesta etapa que se tomam grandes decisões para a vida – estudar, trabalhar, dedicar-se a tempo inteiro ao atletismo, etc.
A aposta destes grandes clubes nestes jovens atletas pode fazer toda a diferença na sua carreira profissional (e na dos clubes também). É certo que poderão demorar mais um ou dois anos a integrar o lote de atletas que contam para a classificação coletiva, mas também poderão de um momento para outro dar um salto qualitativo que os veteranos já não darão certamente.
Quando vejo que alguns dos atletas que treino (mais alguns rivais de outros clubes), estão ali à beirinha dos 20 primeiros e cada vez mais perto da cabeça da corrida, questiono-me se vale mesmo a pena a qualquer jovem integrar as fileiras de qualquer destes clubes, ou se não será melhor conseguir um bom patrocínio que permita preparar a sua carreira e evolução de forma sustentada. Lamentavelmente, quer para um quer para outro não temos tarefa facilitada. Assim sendo, nos pequenos clubes continuamos a viver fundamentalmente da aposta dos atletas e treinadores, tendo como principal fonte de financiamento os recursos familiares.
Pelo menos o entusiasmo mantém-se em altas!
Estão a circular nos meios de comunicação, que comunicam mal, e também nas redes sociais a notícia de que alguns atletas paralímpicos da categoria T13 poderiam ser campeões olímpicos por terem realizado melhor marca que o atual campeão da corrida dos 1500m.
Quem dá uma notícia destas só pode estar a brincar, a desinformar o público e claramente não percebe o mínimo do assunto. Uma prova de campeonato não se corre para fazer marcas mas sim para conseguir o melhor lugar. Cada atleta realiza a melhor estratégia que se adapta às suas características.
Centrowitz, o Campeão Olímpico é um forte terminador e beneficiou duma corrida lenta de inicio com uma passagem aos 800m em 2,16. É fácil compreender que este tempo é lento se lhe disser que miúdos de todo o mundo (atletas) com 14 anos conseguem passar nesses tempos numa corrida regular. Como é obvio depois dos 800m, Centrowitz e os seus adversários da final olímpica correram muito rápido, 55,4 segundos nos seguintes 400m e 38 segundos nos últimos 300m para o campeão olímpico.
Os atletas da final olímpica têm recordes pessoais entre os 3,26.69 e os 3,35.02. Querer comparar estes atletas com alguém que faça 3,48 é absolutamente ridículo. Tenho o máximo respeito por este e por todos os atletas paralímpicos, mas por favor não queiram comparar o que não é comparável. Este atleta se corresse numa prova regular com os seus congéneres da final olímpica perderia cerca de 100m, um pouco mais ou menos, dependendo do ritmo imposto na fase inicial da corrida. Assim, as pessoas entenderiam a diferença de valores entre os referidos atletas.
Estas notícias, bem como um certo lobbing do desporto paralímpico em querer comparar-se com os atletas olímpicos são no mínimo descabidas e em alguns casos completamente absurdos.
Estas notícias não servem para informar o público, servem para desinformar quem não sabe sobre o assunto e eventualmente chamar a atenção. Demonstram também, mais uma vez a ignorância de quem as escreve, quando escreve sobre assuntos que desconhece.
Quanto aos atletas paralímpicos, mais uma vez refiro, máximo respeito pela sua entrega e dedicação. Contudo, partilho um pouco do que é a opinião de José Carvalho, alto rendimento é para os atletas que podem efetivamente ser de alto rendimento e realizar as melhores performances. Os atletas paralímpicos conseguem bons desempenhos, aliás em alguns casos excelentes desempenhos e por isso têm acesso às provas Olímpicas ou campeonatos do mundo onde estão os melhores. Para se ter uma ideia, esta marca de 3,48.29 do argelino campeão paralímpico não lhe dava sequer acesso aos campeonatos do mundo de juniores.
Sobre as medalhas, sobre apoios, sobre reconhecimento social escuso-me a referi-los neste momento. Fico-me apenas pela questão da performance dos atletas e que fique clara a minha opinião, não se compare o que não é comparável.
(Foto Getty Images)
Caros amigos este texto vai para vocês que tentam a todo o custo explicar aos vossos amigos que não entendem bem o que é necessário para se conquistar um lugar de destaque num Campeonato do Mundo ou nos Jogos Olímpicos.
Por favor, parem de tentar explicar que é muito difícil conquistar uma medalha. As pessoas não vão entender.
Se porventura ele ou ela continuar a insistir na sua carreira, se for persistente apesar dos poucos apoios e de alguma incompreensão, com o trabalho adequado, organização e disciplina, passados 4 anos poderá estar a conquistar uma medalha, mas lembro-lhe:
Durante esse tempo não tente explicar aos seus amigos quem era esse atleta que ficou no meio da tabela, eles não vão conhecer nem se importam. Contudo, quando se conseguir a medalha como de costume, vai aparecer muita gente, imensa. Muitos vão ao aeroporto, fazem-se festas e homenagens e por aí adiante. Usa-se o atleta como modelo a seguir, mas o mais provável é voltar tudo ao mesmo. Aqueles que agora têm 16 ou 17 anos com os quais se poderia e deveria fazer um trabalho sério e organizado a longo prazo continuarão sem os mesmos apoios, incentivos e a ter que decidir e investir por si mesmos com uma estrutura muito curta.
Por isso, por favor não tente explicar que há quem faça as coisas acontecer, outros vêm as coisas acontecer e alguns perguntam o que aconteceu…, na semana dos Jogos Olímpicos ou em toda uma carreira de um atleta de alta competição.
Não tente explicar, peça apenas respeito aos que honram a camisola do seu país!