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Paixão-Coaching, o blog

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Sábado, 26.12.15

O remador BANIF, BES e outros mais…

remo japan.jpg

 

Conta-se que certa vez se organizou uma competição de remo entre duas grandes empresas. Uma equipa era formada por portugueses e a outra por japoneses.

Os japoneses não deram qualquer hipótese e cruzaram a linha de meta uma hora antes dos portugueses. A direção da equipa derrotada reuniu-se com carácter de urgência para analisar as causas de semelhante desaire e tirou as seguintes conclusões, que enviou por e-mail a todos os funcionários:

“Constatou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, ao passo que na equipa portuguesa havia um remador e dez chefes de equipa. No próximo ano, tomar-se-ão medidas adequadas.”

No ano seguinte, as coisas correram ainda pior para os portugueses, já que chegaram uma hora e meia depois dos japoneses. Uma vez mais, a direção reuniu-se para estudar o caso e viram que, nesse ano, a equipa japonesa era novamente composta por um chefe de equipa e dez remadores. Pelo contrário, a equipa portuguesa, depois de serem adaptadas as medidas apropriadas mediante os resultados do ano anterior, era composta por um chefe de serviço, três assessores de gestão, oito chefes de secção e um remador. A direção chegou à seguinte conclusão: o remador era completamente incompetente.

No ano seguinte, os resultados foram ainda mais negativos para a equipa portuguesa, que chegou quatro horas depois da japonesa. A direção, depois das devidas análises, redigiu o seguinte comunicado:

“Uma vez mais, a equipa japonesa optou por uma tripulação tradicional formada por um chefe de equipa e dez remadores. Nós, depois de uma consultoria externa e da acessória dos departamentos de Organização e de Informática, optámos por uma formação muito mais inovadora: um chefe de serviço, três chefes de secção com excelentes níveis de produtividade, dois auditores e quatro vigilantes certificados com instruções concretas para vigiar o remador, que já fi repreendido e punido, tendo-lhe sido retirados todos os louvores e bónus por causa do fracasso do ano anterior. Assim, para a regata do próximo ano, determina-se que o remador seja expulso da empresa e substituído por um contratado externo. Os motivos do despedimento são claros e fundamentados: a partir do segundo terço da carreira, começou a notar-se um certo desleixo no indivíduo. Desleixo que roça a desfaçatez quando só conseguiu cruzar a linha de chegada quatro horas depois dos japoneses.”

 

Esta história é contada por Gabriel García de Oro no seu livro “Storytelling – a magia das palavras” numa versão para espanhóis que facilmente se adapta aos portugueses, qualquer deles certamente se identifica com o remador que não atinge os seus objetivos, ou vive acima das suas possibilidades, enquanto alguma da nossa pseudo-elite em algumas esferas de decisão, garantem os seus lugares, as suas avaliações de mérito, os seus bónus e prémios. Claro que se somos poucos a remar demoramos mais tempo.

 

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por ppmiguel às 17:14



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